4 meses atrás
Anvisa pode suspender produtos usados em preenchimento após morte de influencer
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi notificada na última sexta-feira ( 5 ) pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp). O órgão pediu a suspensão da distribuição e comercialização de produtos à base de polimetilmetacrilato, conhecido popularmente como PMMA e usado para realizar procedimentos de preenchimento após a morte da influenciadora Aline Maria Ferreira da Silva. O prazo para resposta terminou neste domingo ( 7 ), mas ainda não há um posicionamento público da Anvisa.
PMMA é uma sigla para polimetilmetacrilato, um componente plástico com diversas utilizações na área de saúde e em outros setores produtivos. Segundo o Cremesp, ele não é recomendado para fins estéticos “em virtude do elevado risco de complicações graves, irreversíveis, e até óbito dos pacientes, especialmente se administrados em grandes quantidades”.
Apesar de considerar a substância de “máximo risco”, a Anvisa permite a venda de produtos à base de PMMA para preenchimento cutâneo e muscular com finalidade corretiva estética ou reparadora. Eles podem ser comercializados em diferentes concentrações e apenas profissionais treinados e habilitados podem aplicar o produto, com a dose usada dependendo de avaliação médica.
De acordo com o órgão, há registros de produtos para essa finalidade há mais de 10 anos no país. No entanto, eles só podem ser utilizados em duas situações: para correção de lipodistrofia (uma alteração no organismo que leva à concentração de gordura em algumas partes do corpo) provocada pelo uso de antirretrovirais em pacientes com síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS); ou para correção volumétrica facial e corporal, que é uma forma de tratar alterações, como irregularidades e depressões no corpo, fazendo o preenchimento em áreas afetadas por meio de bioplastia.
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) não recomenda o uso de PMMA para fins estéticos por conta do risco de complicações graves como: necroses, cegueiras, embolias, o que pode levar à morte. A longo prazo, o PMMA pode causar danos no corpo de difícil reparação. Médicos explicam que ele não é reabsorvível pelo organismo e dura para sempre. Também é impossível retirar todo o PMMA do corpo sem causar um estrago grande.
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