3 semanas atrás
Alto-mar em risco: decisão dos EUA sobre mineração preocupa ambientalistas

O apoio dos Estados Unidos à concessão de licenças para mineração em alto-mar trouxe novamente ao centro do debate os impactos dessa atividade. A proposta busca atender à demanda crescente por minerais como níquel e cobre, fundamentais para a fabricação de veículos elétricos e outros produtos tecnológicos. A previsão é de que a procura por esses recursos aumente de forma significativa até 2040.
O principal foco de interesse é a Zona Clarion-Clipperton, localizada no Oceano Pacífico, a cerca de 1.770 quilômetros da costa dos EUA. A área é considerada uma das mais ricas do mundo em minerais e já conta com tecnologia capaz de extrair recursos em grandes profundidades, utilizando veículos coletores e sistemas que transportam toneladas de sedimentos à superfície.
Defensores da exploração afirmam que a mineração submarina poderia causar menos impactos do que grandes operações em terra, como a abertura de minas e a construção de barragens de rejeitos. Além disso, argumentam que o fornecimento desses minerais é essencial para garantir o funcionamento das cadeias de produção globais nas próximas décadas.
Entretanto, cientistas e ambientalistas alertam que os danos ambientais podem ser irreversíveis. Pesquisas apontam riscos à vida marinha, como a destruição de habitats, o sufocamento de espécies por sedimentos e até a extinção de comunidades inteiras. Há temor de que a atividade comprometa ecossistemas ainda pouco conhecidos.
Em 2024, pelo menos 32 países já se declararam contrários à mineração no fundo do mar, entre eles Canadá, França, Alemanha e Reino Unido. Alguns defendem uma moratória até que os riscos sejam totalmente avaliados, enquanto outros, como a França, já proibiram a prática. Apesar disso, a posição dos EUA pode incentivar novos governos a autorizar a exploração, ampliando a disputa entre interesses econômicos e a preservação ambiental.
•