2 anos atrás
Alta produtividade com meio ambiente melhor preservado
Conheça como a ciência tem contribuído para equilibrar a produção agrícola e aumentar a preservação ambiental

Ao longo das últimas décadas, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que completou 50 anos no dia 26 de abril, gerou um conjunto de soluções relevantes para o desenvolvimento de uma agricultura sustentável, permeando os eixos da sustentabilidade, das bio e das techs. Um dos seus centros de pesquisa que atuam com esse viés da sustentabilidade é a Embrapa Meio Ambiente, localizada em Jaguariúna-SP, cujas pesquisas são focadas principalmente em proposições que buscam responder os desafios dos sistemas integrados de produção, das boas práticas agrícolas e aquícolas, da gestão agroambiental, da agricultura de base ecológica, dos sistemas agroflorestais, da agregação de valor a produtos da biodiversidade e dos modelos de restauração de áreas de proteção permanente.
Os experimentos mais recentes abordam também temas na fronteira do conhecimento, como genômica, metagenômica e nanotecnologia, além de focar em problemas de grande relevância como mudanças climáticas, degradação de recursos hídricos e questões fitossanitárias emergentes.
Agenda Agroambiental
Na busca da pesquisa por uma rota para a agricultura sustentável, a procura por insumos biológicos no país aumentou significativamente, o que levou ao registro de 70 novos produtos só nos últimos três anos. A redução da dependência de fertilizantes acabou por incentivar a implementação de uma nova economia, baseada em biológicos.
O pesquisador Wagner Bettiol ressalta o reconhecimento das pesquisas de pragas e doenças de plantas, com a participação ativa da Embrapa Meio Ambiente em todas as etapas do desenvolvimento do controle biológico no Brasil, desde a criação dos produtos até a legislação atual para o referido registro. Bettiol lembra que foi dessas contribuições que surgiu a Associação Brasileira de Empresas de Controle Biológico (ABCBio), uma referência para o setor no País. Ainda segundo ele, a pesquisa contribuiu muito com o setor, pois “nos anos 90, não havia registro de produtos de controle biológico no Brasil, sendo que hoje já são mais de 500”.
A Embrapa Meio Ambiente também estuda soluções inovadoras, como a biotecnologia para mitigar impactos adversos, causados por eventos climáticos como secas prolongadas. Exemplo é o inoculante Auras, desenvolvido em parceria com a empresa NOOA. Trata-se de um composto a base de bactérias que auxilia as plantas no aumento da resiliência e da capacidade de adaptação ao estresse hídrico, além de estimular a fixação biológica de nitrogênio e a absorção de nutrientes. O produto é o resultado das pesquisas da área de microbiologia da Unidade.
O avanço no desenvolvimento de bioprodutos associado à inovação viabiliza o despertar de novas metodologias, como a produção de fungos biocontroladores de pragas por meio da fermentação líquida, que traz uma série de vantagens.
Desafios e oportunidades
A Embrapa Meio Ambiente pretende promover, por meio da ciência, o equilíbrio entre a produção agrícola e a preservação ambiental. Para isso, Paula Packer, chefe geral da Unidade, enfatiza que será preciso mapear as oportunidades futuras “com visão para o futuro, podemos mudar a caminhada quando necessário, para a inovação florescer e a pesquisa entregar resultados de impacto e conhecimento para apoiar as políticas públicas. Saber a hora de ser mais incremental no desafio focado na tríade agro + bio + tech, para que o agro se torne realmente sustentável e mensurável”. Para Paula, a complementariedade entre a pesquisa e a inovação é essencial para o sucesso.
Fonte: Portal do Agronegócio
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