1 semana atrás
Agave: a esperança energética do sertão brasileiro
Pesquisadores estão buscando alternativas para enfrentar o avanço do clima semiárido em diversas regiões do Brasil e contribuir para a produção de bioenergia. O agave, uma planta suculenta originária do México, surge como uma possível solução para essas áreas áridas.
O agave, já usado na produção de sisal no Brasil, está sendo estudado para se tornar a "cana do sertão", alternativa à cana-de-açúcar. A planta é promissora devido à sua resistência à seca e à capacidade de gerar bioenergia a partir do suco de suas folhas e do bagaço. Cientistas da Unicamp, com apoio da FAPESP, estão desenvolvendo tecnologias para otimizar seu uso, incluindo uma levedura geneticamente modificada que fermenta inulina, um desafio técnico crucial.
O projeto Brazilian Agave Development (Brave), que envolve universidades, centros de pesquisa e a empresa Shell, já mostra avanços. Entre eles, compostos bioestimulantes que dobram a taxa de crescimento do agave e novas cepas de levedura que aceleram a fermentação. O agave também pode gerar biometano, bio-hidrogênio e biochar, diversificando os produtos de bioenergia.
Desde 1990, o semiárido tem se expandido a uma taxa de 7,5 mil quilômetros quadrados por ano, ameaçando culturas como a cana-de-açúcar, essencial para o etanol. O agave, menos exigente em água e fertilizantes, pode produzir até 800 toneladas de biomassa por hectare em cinco anos. A equipe também patenteou uma variedade resistente ao herbicida glifosato, combatendo ervas daninhas.
Além da pesquisa com agave, a agricultura de precisão, destacada pelo professor Lucas Rios do Amaral da Unicamp, usa automação e inteligência artificial para otimizar fertilizantes, crucial para solos pobres. Pesquisadores italianos também apresentaram projetos de veículos autônomos e políticas públicas para o desenvolvimento sustentável.
A busca por novas soluções agrícolas pode transformar o futuro da agricultura em regiões semiáridas no Brasil e em outros países, com o agave desempenhando um papel fundamental na bioenergia sustentável e adaptada às mudanças climáticas.
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