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07/12/2024 09h30min - Economia
2 meses atrás

Acordo entre Mercosul-UE prevê mudanças no agro e no setor automotivo


Agência Brasil ► 
Fonte: Fonte Grande FM



Após 25 anos de discussões, o Mercosul e a União Europeia finalmente chegaram a um acordo de livre comércio, anunciado durante a Cúpula do Mercosul em Montevidéu. 

O tratado busca intensificar as trocas comerciais entre os dois blocos, oferecendo maior competitividade aos produtos agrícolas da América do Sul no mercado europeu e facilitando a entrada de produtos industrializados europeus, como automóveis e tecnologias, nos países sul-americanos. 

Apesar de ser considerado um marco histórico, o acordo enfrenta obstáculos para sua aprovação pelos 27 países da União Europeia, especialmente devido à oposição de França, Polônia e Itália.

Esses países expressam preocupação com o favorecimento de produtos agrícolas do Mercosul, como carne bovina e soja, que poderiam se beneficiar de diferenças nos padrões ambientais e regulatórios, colocando os agricultores europeus em desvantagem. 

Além disso, a União Europeia enfatizou a necessidade de compromissos ambientais mais firmes, incluindo cláusulas de proteção ao meio ambiente e promoção de condições dignas de trabalho. Contudo, agricultores europeus questionam se essas exigências serão efetivamente cumpridas pelos países do Mercosul.

No Brasil, o governo Lula revisou pontos-chave do acordo inicial, firmado em 2019. O presidente classificou o texto original como “inaceitável” e afirmou que as alterações feitas resguardam interesses estratégicos do país. Entre as mudanças está a exclusão das compras realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) das regras de contratação do tratado, assegurando maior autonomia em políticas públicas voltadas para saúde, agricultura familiar e tecnologia. 

Outra modificação foi a extensão do prazo para a eliminação de tarifas no setor automotivo, especialmente para veículos elétricos, movidos a hidrogênio e com novas tecnologias. Além disso, foram incluídas salvaguardas para proteger a indústria brasileira diante de um eventual aumento nas importações provenientes da Europa. 

Embora haja otimismo em torno do tratado, sua implementação ainda enfrenta desafios significativos. A guerra na Ucrânia, as mudanças nas cadeias globais de produção e a recente Lei Antidesmatamento da União Europeia podem influenciar as negociações. 

Internamente, críticos argumentam que as alterações realizadas no texto podem afastar o Brasil de padrões internacionais, dificultando seu ingresso na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).



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Grande FM
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