um ano atrás
Acordo entre Mercosul e União Europeia pode ajudar na retomada da indústria brasileira
A afirmação é do ex-secretário de comércio exterior Welber Barral. Ele acredita que comércio bilateral de bens industrializados vai aumentar com formalização do acordo
O acordo de comércio entre o Mercosul e a União Europeia pode ser uma oportunidade para a retomada do protagonismo da indústria nacional brasileira, já que quase metade das exportações brasileiras para a União Europeia são de bens industriais.
A redução das alíquotas de importação sobre os produtos de maior valor agregado pode intensificar as trocas comerciais com a União Europeia, um mercado premium que pode dar acesso não só para as exportações agrícolas, mas também para as exportações industriais do Mercosul.
O acordo deve beneficiar cerca de 2.800 produtos industriais exportados pelo Brasil para os países europeus, com quatro em cada dez bens industriais brasileiros tendo as tarifas zeradas para acesso à União Europeia imediatamente após a parceria entrar em vigor.
O senador Alessandro Vieira acredita que o agronegócio continuará liderando a pauta de exportações, mas avançar na questão da industrialização é importante para o Brasil.
Entraves
O acordo entre sul-americanos e europeus foi anunciado em junho de 2019, após duas décadas de negociações. O texto prevê que mais de 90% do comércio de produtos entre os países que fazem parte dos dois blocos terão os impostos de importação zerados em um intervalo de até 15 anos.
No entanto, 4 anos após o anúncio persistem alguns entraves para a consolidação formal do acordo. O primeiro deles tem relação com a pauta ambiental. Os europeus fizeram mais exigências ao Brasil e aos demais membros do Mercosul quanto ao combate ao desmatamento. Os sul-americanos veem o aditivo como uma tentativa de protecionismo aos produtores agrícolas da União Europeia.
Um outro ponto de discordância, lembra Alessandro Vieira, membro da Comissão de Relações Exteriores do Senado, refere-se à possibilidade de empresas europeias concorrerem com as nacionais pelas compras do governo federal.
"A demanda que foi acrescentada posteriormente ao último alinhamento, no sentido de acesso às compras públicas brasileiras, também gera certo desequilíbrio e, na minha opinião, não deve ser acatada. É um tipo de negociação que naturalmente é complexo e sujeito a idas e voltas", diz.
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