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A mais de 3.500 km de distância de seu habitat, a tundra do Ártico, coruja-das-neves atrai curiosos no sul dos Estados Unidos
Uma coruja-das-neves com seus olhos amarelos

03 de Janeiro de 2023 - Suzana Camargo /Conexão Planeta.
Não havia como ser diferente. Como uma ave majestosa e lindíssima como esta não chamaria a atenção de curiosos? A coruja-das-neves ou coruja-do-ártico, como seu nome popular já revela, é originária do extremo norte do planeta, a tundra do continente gelado. Medindo cerca de 50 cm, a envergadura de sua asa pode chegar a 1,50 metro. O macho da espécie, a Bubo scandiacus, é branco, cor perfeita para se camuflar em meio à neve e o gelo. Já a fêmea possui uma plumagem ligeiramente mais escura, que a ajuda a se esconder melhor quando precisa estar no solo fazendo o ninho para seus filhotes.
Tendo como habitat a tundra ártica, bioma de baixíssimas temperaturas onde não há árvores, como é possível que uma coruja-das-neves seja encontrada no extremo sul dos Estados Unidos, mais exatamente na Califórnia, a 3.600 km de distância de seu lar?
Não se sabe exatamente, mas uma delas virou atração na cidade de Cypress, a cerca de 40 km de Los Angeles. A ave virou uma sensação ali, onde diariamente dezenas de moradores tentam fotográfa-la ou pelo menos dar uma espiada na nova celebridade local.
Segundo especialistas, as corujas-das-neves costumam migrar durante o inverno no Hemisfério Norte. Saem do norte do Canadá e rumam para o centro e nordeste dos Estados Unidos. No passado, uma já foi registrada no Texas e, em 2021, outro indivíduo também causou rebuliço ao ser avistado em pleno Central Park, o parque mais famoso dos Estados Unidos.
As corujas-das-neves vivem na tundra na costa do Alasca, Canadá e Groenlândia, bem como no norte da Escandinávia, Rússia e norte da Sibéria. São carnívoras e alimentam-se sobretudo de ratos e lemingues, outro tipo de pequeno roedor, encontrado no Ártico, mas também atacam aves, como gansos e patos, lebres e alguns peixes.
Para pegar suas presas, as observa primeiro de um poleiro mais elevado. Alvo decidido, persegue-o em um voo rápido e o bote final é com suas garras. Às vezes, procura a presa voando baixo ou pairando e observando o solo. Pode localizar a presa pela visão ou pelo som.
A reprodução da coruja-da-neve está intimamente associada com a abundância de alimento. Quando não há suficiente, as fêmeas não colocam ovos.
Há um temor de que a espécie possa ser impactada pelas mudanças climáticas e o degelo crescente do Ártico. Essa ave chega a comer até 1.600 lemingues por ano. Entretanto, esses roedores sobrevivem aos invernos do Ártico comendo musgos e se escondendo em túneis abaixo da neve. Mas com o aquecimento cada vez maior da região, o gelo tem derretido, trazendo mais água para o solo. Contudo, quando a temperatura sobe novamente, o musgo fica preso nessa camada de gelo, limitando o suprimento de comida dos lemingues, o que faz muitos deles morrerem de fome.
Fonte: R7
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